Liziane Berrocal e Marcus Moura
Wanderson Lara |
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Sem papas na língua a senadora Soraya Thronicke, do PSL, rasgou o verbo ao comentar sobre os ataques que recebeu dos colegas de partido. “Tenho mais de 550 mil votos junto comigo. Então eu estou muito tranquila com isso”, afirmou ela ao ser questionada sobre o assunto.
Soraya disse não ter medo do racha causar problemas. “Eu não tenho medo de absolutamente nada. Eu acho que isso é natural a gente viu agora o MDB e tudo o que a nossa senadora Simone Tebet enfrentou dentro do próprio partido, né? Isso é natural quando as pessoas divergem de ideias. Entendo que isso é apenas formas diferentes de fazer política. Cada um segue o seu caminho respeitando as diferenças dos outros. Então na minha opinião é isso. Eu respeito as diferenças, respeito a opinião, respeito a forma de fazer. E espero que respeitem a nossa forma de fazer. Mato Grosso do Sul teve mais de 670 mil votos e comigo estão mais de meio milhão de votos. Então, eu acho que aí já está a explicação”, garantiu, sobre as brigas públicas com o parlamentar federal Luiz Ovando e o deputado estadual coronel David.
Os grupos estão claramente divididos e a senadora nem faz questão de esconder isso. “Eles têm também os apoiadores deles, então eles seguirão com os apoiadores deles e os nossos ficarão conosco. É apenas isso. E aí nós vamos tocar, cada um vai tocar as próximas eleições da forma que acredita. A diferença é que vem o seguinte nos partidos antigos os novos não tinham espaço no PSL é ao contrário. Os novos terão espaço. É isso que vai acontecer 2020 promete”, aponta já pensando nas eleições do ano que vem.
Soraya garante ainda que vai continuar no comando da sigla. “Vou ficar enquanto for necessário. A executiva do partido está composta por pessoas de minha confiança. Enquanto for necessário eu ficarei, mas a executiva está trabalhando conjuntamente. Tudo que é decidido é decidido com a executiva toda o que inclui o Trutis e que inclui também o Capitão Contar. Estamos com uma bancada boa dentro da executiva decidindo tudo conjuntamente. Eu não faço nada sozinha.”
Economia
Quando o assunto é o mandato no Senado, ela usa o nome de um ex-presidente dos Estados Unidos. “As três prioridades são economia, economia e economia. Já dizia Ronald Reagan, quando a economia vai bem tudo tende a ir bem. E também as pautas principais do governo Bolsonaro que são as minhas que são segurança pública e combate a corrupção”, elencou.
Falta entendimento também entre ministros do governo
Discussões e rachas também são externados pela falta de entendimento entre os próprios ministros do presidente Jair Bolsonaro. Um dos pontos divergentes, ontem (11), aconteceu entra a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. A ministra reagiu às falas do Guedes em Davos e do presidente do BB de que o financiamento do agronegócio pode ser feito com juros não subsidiados por meio das taxas praticadas no mercado. O que assusta já que Guedes quer pôr fim à política de juros subsidiados pelo governo para o agronegócio. Na questão da educação sexual, divergem os ministros Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, e a titular da pasta de Direitos Humanos, Damares Alves, que defende que a escola não é ambiente para o tema. Desde que assumiu, vários desgastes públicos já atingiram os ministérios.